sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A BRUXARIA E O DIABO

A BRUXARIA E O DIABO

As raízes espirituais de Wicca remontam à era paleolítica, quando as deidades da Natureza eram adoradas por todos. Contudo, como resultado da influência do Cristianismo, da propaganda antibruxaria da Igreja e com modificação da tradição folclórica, os sacerdotes e sacerdotisas dos primeiros tempos foram transformados em feiticeiros e feiticeiras do diabo da Idade Média. Como a História claramente comprova, era comum o fato de os deuses e deusas de uma religião serem transformados em diabos e demónios da seguinte. Sem dúvida alguma, este foi o caso da Religião Antiga e do Cristianismo.

Infelizmente, como resultado das concepções deliberadamente erradas, popularizadas pelo domínio cristão, dos meios de comunicação atuais, dos filmes de horror, das conferências e outros eventos, muitas pessoas mal-informadas e que não estão familiarizadas com as práticas atuais e a filosofia de Wicca acreditam que todos os Bruxos são maus. (Algumas até não acreditam que as Bruxas existem.) Várias pessoas, vítimas de ignorância e/ou de uma lavagem cerebral religiosa, acreditam que os Bruxos e os Pagãos modernos estão envolvidos de uma maneira ou de outra com o Satanismo e que realizam sacrifícios sangrentos aos deuses antigos ou ao Diabo cristão. Isso é um absurdo, e, de forma alguma, é verdadeiro! Os Wiccanianos definitivamente não defendem o sacrifício humano ou animal e nem a morte de qualquer ser vivo como oferenda a uma divindade, e, até onde existe uma relação entre os Bruxos e o Satanismo, a verdade é que os Bruxos verdadeiros não o adoram, não recebem seus poderes, não assinam pactos ou vendem sua alma ao Diabo. Na verdade, os Bruxos nem sequer compreendem a existência do Diabo como ela é definida pela religião cristã! O Diabo é um instrumento de propaganda antipagã inventada pela igreja cristã. Ele nunca existiu na literatura escrita antes do Novo Testamento. A Arte é uma religião pré-cristã que já existia há muito tempo antes da Igreja ou do seu conceito de Satã, o qual nunca foi adorado como deidade da Religião Antiga. O Diabo é estritamente parte do sistema de crença cristão e não da religião telúrica e de amor à Natureza de Wicca.

O TEMPO DAS FOGUEIRAS



Após a Igreja Cristã ter sido formada e haver adquirido poder, os costumes dos Pagãos foram vistos como uma ameaça ao sistema religioso recentemente estabelecido, e a adoração aos deuses da Religião Antiga foi banida. Os antigos festivais foram superados pêlos novos feriados religiosos da Igreja, e os antigos deuses da natureza e da fertilidade, transformados em terríveis e maléficos demónios e diabos. (A igreja patriarcal chegou até a transformar várias deusas pagas em diabos masculinos e maus não somente para corromper as deidades da Religião Antiga como, também, para apagar o fato de o aspecto feminino ter sido um objeto de adoração.

No ano de 1233, o Papa Gregário IX instituiu o Tri­bunal Católico Romano conhecido como Inquisição, numa tentativa de terminar com a heresia. Em 1320, a Igreja (a pedido do Papa João XXII) declarou oficialmente que a Bruxaria e a Religião Antiga dos Pagãos constituíam um movimento herético e uma "ameaça hostil" ao Cristianismo. Os bruxos tornaram-se heréticos, e a perseguição contra todos os Pagãos espalhou-se como fogo selvagem por toda a Europa. (É interessante notar que, antes de uma pessoa ser considerada herética, ela tem, primeiro, que ser cristã, e os Pagãos nunca foram cristãos. Eles sempre foram Pagãos.)

Os Bruxos (Junto com um número incalculável de ho­mens, mulheres e crianças u inocentes" que não eram Bru­xos) foram perseguidos, brutalmente torturados, muitas vezes sexualmente violados ou molestados e, então, execu­tados pelas autoridades sádicas, sedentas de sangue da Igreja, que ensinavam que o seu Deus era um deus de amor e compaixão.

A Bruxaria na Inglaterra tornou-se uma ofensa ilegal no ano de 1541 e, em 1604, foi adotada uma lei que de­cretou a pena capital para os Bruxos e Pagãos. Quarenta anos mais tarde, as 13 colónias na América decretaram também a pena de morte para o "crime" de Bruxaria. No final do século 17, os seguidores que permaneciam leais à Religião Antiga viviam escondidos, e a Bruxaria tomou-se uma religião subterrânea secreta após uma estimativa de um milhão de pessoas ter sido levado à morte na Europa e mais de 30 condenadas em Salem, Massachusetts, em nome do Cristianismo.

Embora os infames julgamentos das Bruxas de Sa­lem, em 1692, sejam os mais conhecidos e bem-docu-mentados da história dos Estados Unidos da América, o primeiro enforcamento de um Bruxo na Nova Inglaterra realmente aconteceu em Connectieut, em 1647, 45 anos antes que a histeria contra a Bruxaria se abatesse na Vila de Salem. Ocorreram outras execuções pré-Salem, em Providence, Rhode Island, em 1662.

O método mais popular de extermínio dos Bruxos na Nova Inglaterra era a forca. Na Europa, a fogueira. Outros métodos incluíam a prensagem até a morte, o afogamento, a decapitação e o esquartejamento.

Durante 260 anos, após a última execução de um Bruxo, os seguidores da Religião Antiga mantiveram suas práticas pagãs ocultas nas sombras do segredo, e, somente após as leis contra a Bruxaria terem sido finalmente revogadas na Inglaterra, foi que Bruxos e Pagãos, em 1951, oficialmente saíram do quarto das vassouras.



A LIBERAÇÃO DOS BRUXOS



O estereótipo da Bruxa — uma velha feia, voando numa vassoura, que come criancinhas e transforma pes­soas em sapos por meio da magia negra — é uma imagem extremamente negativa, cujos responsáveis foram muitas histórias infantis e filmes de horror de Holiywood. Muitos Bruxos se cansaram e se zangaram com esses estereótipos degradantes e lutaram contra a difamação deles e da Arte, revelando-se em público, proferindo conferências, escre­vendo livros (como este que você está lendo agora) e protes­tando contra os filmes, programas de televisão, livros e outros instrumentos que os retraíam de maneira negativa e reforçam essas imagens estereotipadas. Muitos Wicca-nianos estão batalhando legalmente pêlos seus direitos constitucionais, levando à Corte vários casos de discrimi­nação e difamação religiosa.

O movimento de liberação dos Bruxos (que consiste de mulheres e homens com várias heranças étnicas e de todos os vários caminhos diferentes de vida) conquistou grande espaço nos últimos 10 anos. Várias universidades e escolas por correspondência oferecem atualmente cursos sobre Wicca e filosofia oculta. Surgiram grupos wiccanianos de apoio, trabalhos correlacionados, ligas antidiscri-minação e publicações por todo o país. Igrejas e oovens wiccanianos estão sendo reconhecidos em vários estados como grupos religiosos legítimos, com direito a isenção de impostos. As Forças Armadas já reconhecem Wicca como uma religião válida, e muita&s cristãos (incluindo sacer­dotes) defenderam Wicca publicamente como uma "reli­gião telúrica positiva".

A Bruxaria (que foi oficialmente chamada de "Religião Antiga após o advento do Cristianismo) percorreu um longo caminho desde os primeiros tempos; contudo, a longa e dura luta pela liberdade religiosa e pela aceitação social está longe de ter acabado. Muitos Wiccanianos continuam a ser discriminados em seus empregos e em suas comuni­dades por suas crenças religiosas não-cristãs. Algumas crianças de pais wiccanianos são forçadas a manter a sua religião em segredo ou, do contrário, correm o risco de serem discriminadas e até expulsas da escola. Existem casos isolados de violência física contra Wiccanianos, e, em muitas partes do mundo (incluindo, surpreendentemente, certas regiões dos Estados Unidos), ainda é considerado atentado à lei um indivíduo praticar magia, adivinhação e previsão. Por exemplo, no Estado de Nova York e em alguns outros, qualquer tipo de previsão paga é ilegal, e, desde 1915, o Estado de Connecticut tem uma lei antioeul-tismo ridícula que toma ilegal qualquer tipo de atividade ocultista, envolvendo ou não dinheiro. Em alguns estados é ilegal até alguém admitir que possui poderes psíquicos (que todos os seres humanos possuem, desenvolvidos ou não).

Em vários sistemas penitenciários nos Estados Uni­dos tem ocorrido um problema crescente para os prisionei­ros que praticam os rituais antigos. A Constituição dos Estados Unidos supostamente protege o direito do indiví- duo de ter suas próprias crenças e práticas religiosas, mas existem vários dirigentes que ocupam uma posição vanta­josa e censuram a correspondência de tudo que pertence à Wicca, como publicações pagãs, livros e lições da Arte das escolas wiccanianas por correspondência. Existem casos em que os prisioneiros Pagãos não tiveram o direito de receber ou usar as jóias religiosas wiccanianas.



A NOVA ERA DE WICCA

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